Cerveja. Uma das bebidas mais comuns no planeta Terra. O que poderá haver de difícil na procura da boa cerveja que se produz, vende e consome em Portugal? Na realidade, muita coisa, começando desde logo pela tradição e, simultaneamente, pela falta dela. Parece confuso? Nada disso!
A cerveja, enquanto produto artesanal, existe no território português há centenas de anos. Já na Idade Média era abundantemente consumida nas muitas tabernas das vilas e povoações de Portugal. Mas a produção de cerveja moderna começou em Portugal apenas durante o século XIX.
Durante o Estado Novo e o governo de António de Oliveira Salazar, a produção de cerveja foi protegida de influências externas, mas com isso perdeu também muita da possível inovação que poderia ter ocorrido e que acontecia pela Europa e pelo mundo fora, principalmente após o término da Segunda Guerra Mundial.
A história cervejeira moderna em Portugal denota uma grande falta de variedade. O mercado é dominado por duas marcas, Sagres e Super Bock, e mesmo essas só recentemente começaram a disponibilizar nos pontos de venda alguma variedade de estilos e sabores.
Hoje em dia, há já muitos microprodutores e cervejarias que produzem a sua própria cerveja. O panorama começa a mudar e, pouco a pouco, a busca pela boa cerveja portuguesa começa a ser menos infrutífera.
Enquanto há uma ou duas décadas seria difícil encontrar uma mão-cheia de cervejas que agradassem ao público internacional, Portugal tem hoje pequenos produtores que começam a dar cartas, mesmo nos mercados externos.
Marcas como a Sovina, a Vadia, A Letra ou a Mean Sardine Brewery oferecem produtos diferentes, inovadores e acessíveis, não parando por aí e continuando a pesquisar e a desenvolver novas cervejas, utilizando ingredientes naturais, que só contribuem para a boa qualidade do produto.
Portugal costumava ser uma terra árida na busca pela cerveja. Hoje, com paciência, sabedoria e um bom roteiro, o apreciador já pode encontrar uma ou mais variedades que façam a busca valer a pena.